Como criar e gerenciar uma comunidade nas mídias sociais

“Uma comunidade é um grupo ou conjunto de indivíduos, seres humanos, ou de animais que compartilham elementos em comum, tais como um idioma, costumes, valores, tarefas, visão do mundo, idade, localização geográfica (um bairro por exemplo), status social, papéis”

Assim define a Wikipedia o conceito de Comunidade e isso é, exatamente, o que temos em qualquer de nossos perfis sociais ou quando criamos um grupo de discussão na rede, uma página do Facebook, um fórum, ou utilizamos uma plataforma do tipo Ning para criar uma rede social a nosso gosto.

David Soler, que investe muito tempo criando e gerenciando grupos de discussão em diferentes redes sociais, comparte suas experiências neste terreno:

Existem dois preceitos básicos antes de criar uma comunidade: paciência e tempo. A primeira porque, da mesma forma como ocorre com o marketing nas mídias sociais, é uma atividade de longo prazo, não há resultados logo de cara (exceto, logicamente, se falamos de personalidades, celebridades ou algumas marcas). E o segundo porque precisará dedicar tempo se quiser que funcione e não se afaste do que queria.

Se não considerar nenhum desses preceitos, não crie nenhuma comunidade.

A partir daqui, os passos que seguiremos são:

1. O tema. A primeira coisa que definiremos é sobre qual tema vai ser a comunidade. O normal é fazer sobre alguma coisa que a gente goste, ou sobre algo que dominemos. (este último não é que seja obrigado, mas dependendo da resposta no passo 2, será)

2. Objetivo. Defina exatamente para quê está criando esse grupo de discussão. Se for utilizá-lo para se posicionar profissionalmente, é evidente que deve dominar o tema porque, sobretudo no começo, sua participação terá que ser alta. Ter o objetivo claro também te ajudará depois a “vendê-lo” melhor, a explicar o que é e para que serve, etc. Não crie grupos da sua empresa. No LinkedIn há muitos, mas eu sempre acreditei que se consegue o mesmo efeito e mais potente se no lugar de vender-se todo dia, integrando capital e contribuindo sempre. Pessoalmente me cansam esses grupos corporativos que só me mandam e-mails para dizer o quanto são bons, a última oferta que lançaram,  etc. Isso é fazer 1.0 puro e simples. Ainda que também seja verdade que há grupos corporativos que no seu dia-a-dia não são nada “comerciais”.

3. Escolher a rede. Buscar a rede onde será mais fácil que o tema funcione e que, portanto, se criará a comunidade. Não é o mesmo um grupo no LinkedIn ou no Facebook, nem por jeito, nem pela profundidade das conversas ou a disposição das pessoas para discutir. Além do mais, pesquise se já existe algo sobre esse tema, analise-o e te ajudará a re-focar, se for o caso, seu posicionamento.

4. Nome. Não sou especialista nessas coisas de branding nem sou nada criativo, mas está claro que o nome é importantíssimo. Eu sou partidário de nomes que reflitam claramente o objeto do grupo, que sejam curtos e que chamem a atenção. Os nomes poéticos também são bons, claro, como os clássicos “Señor@s a la calle e bla, bla, bla…” Mas a mim não convencem.

5. Características e design. Busque uma imagem que goste e, se possível, que reflita o que seja o grupo. Depois escreva as regras, a mensagem de boas-vindas, o resumo do grupo que aparecerá nas buscas, etc… LinkedIn, por exemplo, é bastante completo nesse aspecto. Aproveite-o todo. Também defina se o grupo será público ou privado, quer dizer, se poderão ver as conversas apenas membros ou todos. E algumas redes, LinkedIn por exemplo, permitem criar subgrupos que é muito bom se o seu grupo estiver demasiado genérico (por exemplo pode servir para grupos corporativos ou para escolas de negócio).

6. Aceitação de membros. Se você busca a “massa”, abra para todo mundo. Mas se você quer manter um pouco a qualidade, ou não queira que seja excessivamente genérico, aprove a entrada. Receba cada membro com uma mensagem. Normalmente são automáticas e com um texto predefinido. Eu sou muito escrupuloso com quem entra no grupo. Olho bem seu perfil e se não se encaixa, eu não aceito.

7. Newsletter/mailings. É uma ferramenta muito potente. Aproveite-a para anúncios do grupo, para motivar a participação, para anunciar ofertas (se houver), etc. Não abuse dela, nem a utilize para “se vender” ou a tua empresa. No geral não funciona.

8. Conversas e participação. Não se preocupe se a participação é baixa no começo. É normal. É pura estatística: quanto maior o número de membros, mais conversas. Neste campo, passará por duas fases:

1. A primeira é aquela na qual os membros estão basicamente olhando. Não começam posts, e comentam pouco ou nada, assim que vai caber a você colocar notícias e abrir temas. Se não o fizer, o grupo morrerá. Mas atenção, abrir muitas conversas não garantirá que o grupo cresça mais rápido. Simplesmente dedique cada dia, ou cada par de dias, uns minutos buscando algum tema interessante. Mantenha uma cadência constante. Se você já usa outras redes é muito provável que cada dia você esbarre com um tema que se encaixa no posicionamento do grupo. Do contrário, se junte a blogs e web’s que gerem notícias suficientes ao dia para poder escolher aquela que mais te interesse.

2. A segunda fase será aquela na qual o grupo já alcançou uma quantidade de membros tal que são eles mesmos que postam notícias e abrem linhas de discussão. E aí gerará um novo problema, a moderação. Algumas pessoas utilizam os grupos, as páginas ou fóruns simplesmente para postar o que escreveram em seus blogs ou fazer promoção da sua empresa. Tenha muito claro do que vai aceitar e do que não. Eu reviso as discussões novas diariamente e elimino aqueles totalmente “auto-promocionais” e que não se encaixam no grupo. Com o tempo é mais fácil, pois costumam ser os mesmos membros os que fazem isso, assim que no final, terá que cogitar expulsá-los ou chamar-lhes a atenção. Se não o fizer, corre o risco que o resto dos membros perca o interesse e deixe de participar do grupo, que é a morte dele.

9. Convites e crescimento do grupo. Como qualquer outra comunidade, vai precisar de um empurrãozinho inicial. Eu, a princípio, convidei dos meus contatos aqueles que eu acreditava que eram 100% coincidentes com o perfil do grupo. Um total de 20 pessoas. A partir daí, e aplicando esse modo, deixei que o grupo crescesse sozinho, pelo efeito “acrescentar valor”. Em 16 meses tínhamos conseguido superar 800 membros e temos 6 ou 7 discussões por semana. Quantidade ou qualidade? Quando o grupo é grande, o lado positivo é que o administrador não precisa buscar novos temas. Mas também há mais autopromoções. E o que acontece então? Ocorre o que eu comentava no ponto 8b. Você recebe os newsletters de novas discussões ou os avisos e todos são promoções e mais promoções. Um dia você lê só até a metade, porque já supõe o que vai encontrar e mais tarde, nem as lê mais. Torna-se inadministrável e te faz perder tempo demais. O famoso ruído. Por isso não me convencem os grupos de milhares de membros. Acredito que foram criados, na maioria dos casos, apenas para conseguir uma “base de pessoas” as quais um dia convidar para uma rede criada fora da original ou para utilizar como canal de “mailings”.

10. Propaganda fora do grupo. Aproveite todos os lugares para promover o grupo, por meio de um banner, por exemplo. Quando haja uma boa discussão, compartilhe-a nos suas redes com “Que grande discussão no grupo XXXX”. É uma forma de chamar a atenção de possíveis membros.

Ah!  E finalmente, se estiver em suas mãos, permita que os membros compartam os debates em suas redes sociais favoritas.

Publicado por: David Soler

Em: http://www.socialblabla.com/como-crear-y-gestionar-una-comunidad-en-social-media.html

24 Maio 2011

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